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Abuso sexual é o maior problema de jovens e crianças no futebol, diz Unicef

Crianças e jovens que dão início à carreira como jogadores de futebol no Brasil têm no abuso e na exploração sexual por parte de adultos o maior problema a ser enfrentado. É esta a conclusão de um estudo realizado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e pela Secopa-BA (secretaria estadual para a Copa do Mundo), que será lançado nesta terça-feira, em Salvador, na Arena Fonte Nova.
O relatório "A Infância entra em campo – riscos e oportunidades para crianças e adolescentes no futebol" é baseado em pesquisas qualitativas feitas com crianças, jovens, jogadores, familiares, técnicos e outros profissionais de grandes clubes da capital baiana, que abriram suas portas para a agência da ONU (Organização das Nações Unidas). De acordo com a Unicef, nem sempre os ambientes destinados à prática esportiva se constituem espaços seguros, onde os direitos da infância e da adolescência são respeitados.
No que se refere à questão da sexualidade, o abuso e a exploração são os principais problemas. "Abuso sexual é quando um adulto se envolve sexualmente com uma criança ou incapaz, em busca de prazer. Já a exploração sexual é quando crianças e jovens são aliciados por maiores de idade para festas ou encontros sexuais, com o objetivo de obter ganho econômico com a atividade", explica Fabiana Gorenstein, oficial de proteção do Unicef e uma das técnicas envolvidas no estudo.
E tais casos, que chegaram ao conhecimento do Unicef, são passíveis de denúncia e investigação por parte das autoridades policiais? "Não", explica Fabiana, "infelizmente o que impera é a Lei do Silêncio. O estudo detectou que muita gente conhece quem já passou por isso, mas ninguém admite a participação em práticas sexuais envolvendo crianças e adultos".
Ainda de acordo com a oficial de proteção da Unicef, "as crianças e jovens são comprometidas com a possibilidade de carreira que o futebol proporciona, e por isso abrem mão de outros direitos fundamentais e deixam de lutar para que eles sejam garantidos".
Os principais problemas enfrentados por crianças e jovens no futebol
  • 1
    Exploração e abuso sexual 
    Mencionados por quase todos os adultos entrevistados como uma ameaça real e recorrente
  • 2
    Abandono da educação formal 
    Afastamento do ensino regular e a profissionalização precoce, que concorre com a formação escolar
  • 3
    Esforço excessivo 
    Ameaça à integridade física, decorrente de uma prática esportiva de alto impacto e esforço
  • 4
    Distanciamento da convivência familiar 
    Além da falta que faz o núcleo familiar na formação de um jovem, a distância dos pais facilita o acesso de aliciadores que orbitam em ambientes de clubes esportivos frequentados por crianças e adolescentes.
  • Segundo a pesquisa, meninos e meninas que frequentam centros de formação de atletas para o futebol, como clubes e escolinhas privadas de futebol, são expostos a riscos como exploração e abuso sexual, profissionalização precoce e afastamento do ensino regular. Também estão expostos à discriminação racial e de gênero e a riscos em relação a sua integridade física por conta de prática esportiva de alto impacto. Podem ainda ser afastados de suas famílias, o que facilita, dessa forma, a ação de aliciadores.
     A ideia de realizar o levantamento surgiu após denúncias anônimas recebidas sistematicamente pelo (Cedeca/BA) (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente) de dois meses, foram entrevistadas 40 pessoas sobre a influência da prática do futebol na vida de meninas e meninos.
    A pressão por resultados e interesses econômicos, por parte da família e dos clubes, são destacados pelos entrevistados como as principais razões para o descumprimento da legislação. "É alarmante observar que, a partir das respostas coletadas, o futebol aparece como um caminho de ascensão social mais atraente, em detrimento da educação formal no sistema público. Predomina a visão do estudo como obrigação, um mal necessário imposto pelas famílias e pelos clubes para obter a permissão de continuar jogando futebol", explica Maria Aparecida de Roussan, do Cedeca/BA. 
  •  Fonte Unicef

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